Desnatureza

De Sexta Poética
Revisão de 22h34min de 6 de julho de 2010 por Zaida (discussão | contribs) (pequeno acerto)
Ir para navegação Ir para pesquisar

<poem>

Henfil
Se não houver frutos
Valeu a beleza das flores
Se não houver flores
Valeu a beleza das folhas
Se não houver folhas
Valeu a intenção das sementes
Morte de um Ficus elasticus

Mas... não bastou o fruto nem a beleza das flores nem a folhas agora, até a intenção da semente foi lograda

Mas, existiu! O fruto permanece as flores? É claro, existiram... e belas! Se não fossem por elas o fruto não vingaria.

Mas, vingou! E houveram, também, folhas... verdes, luminosas e se renovavam a cada estação ora balançavam ao vento, ora aquietavam-se Se não fossem por elas não teria havido a sombra...

Mas houve! Houveram , também os galhos que pressos ao tronco formavam a mais bela das esculturas O tronco era forte a seiva corria-lhe facilmente, das folhas às raízes De lá para cá! Se não fosse o tronco nada, então, teria existido

Agora, além de já ter me logrado a semente... Agora, além de não teres percebido que a folhas lhe davam sobram Agora, além de não teres percebido a beleza das flores Nem sequer seu perfume... Saboreias e se deleita só com o fruto Este não negas!

Mas... Não satisfeito para que não mais floresça para que não mais dê sombra corta-me o tronco...

E por fim, queres arrancar-me do solo despregrar-me as raizes meu solo... Minhas raizes... e derramar-me toda a seiva.

26/05/2007