EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

De Sexta Poética
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Tão cedo aprendeste a andar tão certo a vestir-se bem não chupar o dedo, mastigar com a boca fechada, polida, mastigar o tempo, guardar o segredo fechado, lacrado, educadamente esperar sua vez que nunca chegou, sorrir sem sorrir, falar sem falar, viver sem viver. Tão cedo aprendeste o que a vida quis, esqueceste apenas de aprender o ensino sempre sonegado de viver feliz.

Aprendeste cedo que tal coisa é boa e tal coisa é má que tal coisa é feia e tal é bonita. Hoje estás sozinho e no escuro perdes a noção de ti. Sim? Não? Certo? Errado? Que rumo, que rota? Sem ordens não podes por ti decidir. Cedo, muito cedo, aprendeste cedo a esperar a sorte que faça o destino e pouse em teus ombros lástimas ou glórias.

E a vida prossegue de ti sempre fora...

Esqueceste apenas de aprender o ensino pra viver se exige devida maestria.

E a vida prossegue solta, à revelia...

Tão cedo aprendeste ser bom cidadão: entrada da sala, ordem de tamanho, enfileiradinhos, manter o silêncio. Silêncio, silêncio na hora do hino, na hora da dor, na hora da morte. Em todas as horas louvar a bandeira, honrar nossas cores. O país é bom, a cidade é boa, o colégio é bom, diretora boa, professora boa e tu, tu és mau!

Tão cedo aprendeste que a vida era a morte, que a morte era a vida, e sempre buscar a divina mão.

Esqueceste apenas de aprender o ensino, mais certa lição: meis que tudo vale o teu coração.