Flor de maio

De Sexta Poética
Revisão de 18h14min de 2 de junho de 2009 por Nevinho (discussão | contribs)
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Contigo aprendi, em tudo há poesia e não como há negá-la ou fingir que não existe. No olhar compreensivo do colega de trabalho. No saguão do elevador o guarda em sentinela. A kombi lotada e o servidor público com olhar perdido. No semáforo que direciona o comportamento do motorista. O malabarista que desenha linhas de fogo no ar e passa recolhendo moedas no Eixo Monumental. No ponto de ônibus mal iluminado da W3 Norte. O casal de namorados sentados no meio-fio. No ipê roxo que enfeita a cidade. Na flor de maio se abrindo na cozinha alegrando toda manhã o dia todo, em tudo a poesia brinca de esconde-esconde: por um lado ela se oferece à simplicidade de uma frase, por outro se resguarda com um disfarce inexpressivo.

Intervalo no dia-a-dia, rame-rame das coisas, leva-e-traz dos pensamentos, o poeta se entrega e busca alento no jogo de desvendá-la... de emoldurar em um poema as contradições da vida mesma.