GAMA-EIXO

De Sexta Poética
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João acorda, toma um café, reza um pai-nosso pra se enganar, nem se lembra de beijar a mulher, espanta o sono, acorda o galo e vai trabalhar.

Se espreme num Gama-Eixo, treme o corpo de dor, bate o queixo de frio, fala do tio que é doutor, se queixa da vida, da sorte e do norte que deixou.

Bate o ponto em vermelho, 3 minutos atrasados, implora a vaga de novo, fora despensado, cai o queixo de espanto e sem saber roubar vai vender quebra-queixo pra poder respirar.

João da Silva, homem direito, paga Instituto, sustenta a família, vaga astuto e tenta outras filas pra arranjar um lugar.

João repete que é homem direito, aguarda na fila e guarda no peito o grito felino de não ser aceito; pronto pro pranto, pro que der e vier João vai contar pra sua mulher.