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::'''Banco da Praça'''
::''''''Banco da Praça''''''
::(Aos meus filhos, futuros netos e bisnetos)
::(Aos meus filhos, futuros netos e bisnetos)


Se por acaso me achares bonita
Se por acaso me acharem bonita
:Não diga nada! Cale-se...  
:Não digam nada! Calem-se...  
::Deixe que o tempo me retrate
::Deixem que o tempo me retrate
Se por acaso me achares perfeita
Se por acaso me acharem perfeita
:Também, não diga nada! Cale-se...  
:Também, não diga nada! Calem-se...  
::Deixe que eu termine minhas obras
::Deixe que eu termine minhas obras
:::e que elas me definam
:::e que elas me definam
Se por acaso me achares maravilhosa
Se por acaso me acharem maravilhosa
:Tampouco, não diga nada! Cale-se...
:Tampouco, não digam nada! Calem-se...
::Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine
::Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine
:::o meu lapidar
:::o meu lapidar
Se me achares doce
Se me acharem doce
:Também não diga nada! Cale-se...
:Também não digam nada! Calem-se...
::Deixe que o oceano da rotina se misture a mim,  
::Deixe que o oceano da rotina se misture a mim,  
:::depois sorva-me um gole
:::depois sorvam-me num gole


::::::E se depois disso tudo,
::::::E se depois disso tudo, ainda,
::::::ainda, quiseres do meu lado ficar?
::::::quiserem do meu lado ficar?


Há um lugar no banco da praça
Há um lugar no banco da praça
:onde vou todas as manhãs
:onde irei todas as manhãs
::Embaixo daquele jequitibá
::Embaixo daquele jequitibá
:::Onde o chão é todo rendado
:::Onde o chão é todo rendado
Linha 30: Linha 30:
:::::dos dias ensolarados
:::::dos dias ensolarados


::::::E de onde distante fico a fitar
::::::E de onde distante ficarei a fitar
::::::nossos flagrantes bisnetos...
::::::meus flagrantes bisnetos...


A sorrirem de tanta graça
A sorrirem de tanta graça
Linha 38: Linha 38:
:::a sorrir de volta pra eles, toda encantada...
:::a sorrir de volta pra eles, toda encantada...


::::::No banco daquela praça
::::::No banco daquela praça.


E se por um ato do destino
E se por um ato do destino
:Lá você não estiver...
:Lá ninguém se sentar...


Ainda, assim, eu estarei
Ainda, assim, estarei
:Sob a sombra do jequitibá
:Sob a sombra do jequitibá
::Num tapete rendado pelo sol
::Num tapete rendado pelo sol
:::Toda enrolada em meu xale de renda
:::Toda enrolada em meu xale de renda
::::a sorrir e a fitar, toda encantada...
::::a sorrir e a fitar, toda encantada...
:::::Nossos bisnetos flagrantes
:::::Meus bisnetos flagrantes


:::::: No banco daquela praça
:::::: No banco daquela praça.


::::::::''Julho/2010''
::::::::''Julho/2010''

Edição das 12h37min de 31 de agosto de 2010

<poem>

'Banco da Praça'
(Aos meus filhos, futuros netos e bisnetos)

Se por acaso me acharem bonita

Não digam nada! Calem-se...
Deixem que o tempo me retrate

Se por acaso me acharem perfeita

Também, não diga nada! Calem-se...
Deixe que eu termine minhas obras
e que elas me definam

Se por acaso me acharem maravilhosa

Tampouco, não digam nada! Calem-se...
Deixe que o cinzel do dia-a-dia termine
o meu lapidar

Se me acharem doce

Também não digam nada! Calem-se...
Deixe que o oceano da rotina se misture a mim,
depois sorvam-me num gole
E se depois disso tudo, ainda,
quiserem do meu lado ficar?

Há um lugar no banco da praça

onde irei todas as manhãs
Embaixo daquele jequitibá
Onde o chão é todo rendado
pelas sombras das folhas
dos dias ensolarados
E de onde distante ficarei a fitar
meus flagrantes bisnetos...

A sorrirem de tanta graça

daquela bisa que fica ali sentada
enrolada em seu xale rendado
a sorrir de volta pra eles, toda encantada...
No banco daquela praça.

E se por um ato do destino

Lá ninguém se sentar...

Ainda, assim, lá estarei

Sob a sombra do jequitibá
Num tapete rendado pelo sol
Toda enrolada em meu xale de renda
a sorrir e a fitar, toda encantada...
Meus bisnetos flagrantes
No banco daquela praça.
Julho/2010