Pandemia: mudanças entre as edições

De Sexta Poética
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sol ou sombra, é comestível essa planta?
sol ou sombra, é comestível essa planta?
Medicinal?
Medicinal?
Ninguém quer saber
Vários séculos passaram sem jamais alguém
até que vai passar por ali alguém (esse alguém,
dar-se ao trabalho.
a razão do poema).
Até um dia quando passou por ali uma pessoa.


Completamente esquecida do tempo  
Vinda de outras altitudes, essa pessoa podendo ser facho de luz para o caminho,
e alheia a epidemia e carências, repousa...
Preferiu ser como um relâmpago no escuro,
E solidária ao poeta, ela se oferece
 
 
E eis que novamente esquecida e abandonada no tempo
a Dorstenia segue alheia a epidemia e carências; repousa
E solidária ao poeta, se oferece
A lhe fazer companhia.
A lhe fazer companhia.
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[[:Categoria: Nevinho|Nevinho]]
[[:Categoria: Nevinho|Nevinho]]

Edição das 15h59min de 7 de abril de 2020

Protegida de pisadura de gado
e escondida
da passagem de gente,
repousa a Dorstenia heringer,
testemunha cretácea do Planeta.
Plantinha entre plantinhas,
folha carnuda e fruto um cogumelo amarelo
invertido e aberto
— mocó da Serra da Capivara,
assiste estática o passar das eras.
Sem ninguém para perguntar sua identidade
se ela gosta de chuva ou clima seco
se gosta de frio ou de calor
sol ou sombra, é comestível essa planta?
Medicinal?
Vários séculos passaram sem jamais alguém
dar-se ao trabalho.
Até um dia quando passou por ali uma pessoa.

Vinda de outras altitudes, essa pessoa podendo ser facho de luz para o caminho,
Preferiu ser como um relâmpago no escuro,


E eis que novamente esquecida e abandonada no tempo
a Dorstenia segue alheia a epidemia e carências; repousa
E solidária ao poeta, se oferece
A lhe fazer companhia.

Nevinho