Sexta, 30/01/2009

De Sexta Poética
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(para o Tony Barros)

As coisas mais ordinárias,

as que não têm préstimo algum,

coisas sem o menor valor,

um cadarço puído, tranca de janela enferrujada,

um lenço esquecido no bolso de dentro do blazer fora de moda,

etecetera,

são as coisas que o poema aproveita

e delas retira a poesia ainda não expressa.


No desejo de expressão, unem-se

poeta e poesia:

testemunhas vivas desse conluio misterioso,

os poemas mostram beleza onde ninguém mais via.


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