Tratado de tordesilhas

De Sexta Poética
Revisão de 23h35min de 8 de outubro de 2010 por 187.24.139.196 (discussão) (Criou página com '{{Comentário}}<poem> :::"O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, co...')
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para navegação Ir para pesquisar

<poem>

"O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa africana. Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se o comércio de marfim, ouro e escravos, a atenção de Castela foi despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo embarcações de ambas as Coroas".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Tordesilhas#Antecedentes

Criada em 1983 com a fusão dos antigos reinos, a comunidade autônoma de Castela e Leão fica no noroeste da península Ibérica, na Espanha e faz fronteira com Portugal. Cercada por outras oito províncias, na região central de Castela e Leão fica a província de Valladolid e entre os 225 municípios de Valladolid, um deles é mais ou menos do tamanho do Plano Piloto de Brasília. Algumas das dez mil pessoas que vivem ali lutam para recuperar a importância que o lugarejo ganhou a partir do século XIII, quando antigos conterrâneos seus assistiram à assinatura do famoso Tratado de Tordesilhas, entre João II de Portugal e Fernando II de Aragão.

No período de duzentos anos, nove meridianos foram traçados por diferentes geógrafos ilustrando o tratado de 1494. Atualmente, nos livros de história do ensino fundamental no Brasil, aparece mais freqüentemente o meridiano traçado por Ribeiro, em 1519. A 49 graus e 45 minutos, sua linha imaginária corta o território brasileiro desde na Ilha de Marajó, no extremo norte, até a região sul do país.

No litoral catarinense, na cidade Laguna, há um exótico monumento histórico que é uma bola de cobre de mais ou menos um metro de diâmetro cortada na parte superior por uma régua também de cobre de um metro de comprimento por doze centímetros de largura e três centímetros de espessura. Na extensão inferior dessa régua quase nem dá para ler uma pequena legenda: "por aqui passa a linha do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494". Quem se posiciona ao lado do monumento e de costas para o mar não imagina estar olhando para o Oceano Pacífico, contemplando a antiga imensa propriedade da coroa espanhola.

O acordo entre portugueses e espanhóis garantiu para ambos países o direito de explorar as riquezas, acabando com pequenas rusgas e liberando-os para combater apenas os índios que ocupavam as terras da América do Sul. Antes de chegar ao sul do Brasil, a linha imaginária passa pelo planalto central do Brasil e numa chapada próxima aos montes Pirineus uma enorme cruz serviria de parâmetro a futuras disputas territoriais. Com o passar dos anos e dos séculos a ação do vento, frio e calor, chuva e sol já tinha varrido do mapa a sinistra cruz, quando no final de 1892, a comissão exploradora do Planalto Central, chefiada pelo astrônomo belga Luiz Cruls esteve ali. Uma de suas atribuições era verificar o marco e restaurá-lo, caso necessário. Luiz Cruls então, corrigindo a antiga localização, afastou a linha divisória 925 metros para oeste, mandou cavar um buraco de um metro por um metro e enterrar uma caixa lacrada com uma ata solene: "Aos …. esteve aqui a Comissão Exploradora do Planalto Central e reconheceu esse ponto como o Meridiano de Tordesilhas". Assinaram todos os presentes. Hoje um eloqüente monumento feito de aroeira lembra o tratado.