Carta de Brasília: mudanças entre as edições
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Nós, poetas, músicos, pintores, artistas de Brasília, escrevemos esta carta para nos posicionarmos frente aos últimos acontecimentos envolvendo nossa cidade e noticiados fartamente pela mídia nacional. Queremos festejar os cinquenta anos de nossa cidade com a alma lavada. | Nós, poetas, músicos, pintores, artistas de Brasília, escrevemos esta carta para nos posicionarmos frente aos últimos acontecimentos envolvendo nossa cidade e noticiados fartamente pela mídia nacional. Queremos festejar os cinquenta anos de nossa cidade com a alma lavada. | ||
Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados. Sabemos que do monturo pode nascer uma flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança. | |||
Edição das 19h01min de 28 de fevereiro de 2010
Esse texto será sendo escrito pelos artistas de Brasília, reunidos em torno do Movimento 50 anos em 50 horas (nome provisório).
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<poem> Nós, poetas, músicos, pintores, artistas de Brasília, escrevemos esta carta para nos posicionarmos frente aos últimos acontecimentos envolvendo nossa cidade e noticiados fartamente pela mídia nacional. Queremos festejar os cinquenta anos de nossa cidade com a alma lavada.
Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados. Sabemos que do monturo pode nascer uma flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança.
A disfunção
Se diz que há na cabeça dos poetas um parafuso de a menos
Sendo que mais justo seria o de ter um parafuso trocado do que a menos.
A troca de parafusos provoca nos poetas uma certa disfunção lírica.
Nomearei abaixo 7 sintomas nos poetas dessa disfunção lírica.
1 - Aceitação da inércia para dar movimento às palavras.
2 - Vocação para explorar os mistérios irracionais.
3 - Percepção das contigüidades anômalas entre verbos e substantivos.
4 - Gostar de fazer casamentos incestuosos entre palavras.
5 - Amor por seres desimportantes tanto como pelas coisas desimportantes.
6 - Mania de dar formato de canto às asperezas de uma pedra.
7 - Mania de comparecer aos próprios desencontros.
Essas disfunções líricas acabam por dar mais importância aos passarinhos do que aos senadores.
Manoel de Barros, Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo