Sexta, 23/02/2007: mudanças entre as edições

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Lentamente abandonando
Lentamente abandonando
as imagens de si mesmo
as imagens de si mesmo
vê no espelho do banheiro
vê no espelho do banheiro
o reflexo do bancário
o reflexo do bancário
rosto vincado, marcado,
rosto vincado, marcado,
não mais daquele rapaz
não mais daquele rapaz
acumulando ilusões,
acumulando ilusões,
que sonhava para si
que sonhava para si
um destino diferente;
um destino diferente;


o homem sisudo com cinto puído
o homem sisudo com cinto puído
ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas.
ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas.


 
Nascido no interior que virou capital,
Nascido no interior que virou capital, agora ele vive numa metrópole provinciana;
agora ele vive em uma metrópole provinciana;
 
crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília,
crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília,
conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões,
conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões,
o assombro da falta de dinheiro
o assombro da falta de dinheiro
e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores.
e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores.


Vendo-se numa encruzilhada da história,
Vendo-se numa encruzilhada da história,
não se reconhece mais nos monumentos da cidade;
não se reconhece mais nos monumentos da cidade;
disfarça bem, mas todos vêem
disfarça bem, mas todos vêem
seu pouco caso em relação ao futuro:
seu pouco caso em relação ao futuro:
se é tudo engano mesmo,
se é tudo engano mesmo,
o que vier virá...
o que vier virá...
e será bem vindo.
e será bem vindo.




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[[Categoria:Nevinho]]
[[Categoria:Sexta poética]]

Edição atual tal como às 14h39min de 16 de junho de 2009

<poem>


Lentamente abandonando as imagens de si mesmo vê no espelho do banheiro o reflexo do bancário rosto vincado, marcado, não mais daquele rapaz acumulando ilusões, que sonhava para si um destino diferente;

o homem sisudo com cinto puído ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas.

Nascido no interior que virou capital, agora ele vive em uma metrópole provinciana; crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília, conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões, o assombro da falta de dinheiro e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores.

Vendo-se numa encruzilhada da história, não se reconhece mais nos monumentos da cidade; disfarça bem, mas todos vêem seu pouco caso em relação ao futuro: se é tudo engano mesmo, o que vier virá... e será bem vindo.