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Lentamente abandonando | Lentamente abandonando | ||
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vê no espelho do banheiro | vê no espelho do banheiro | ||
o reflexo do bancário | o reflexo do bancário | ||
rosto vincado, marcado, | rosto vincado, marcado, | ||
não mais daquele rapaz | não mais daquele rapaz | ||
acumulando ilusões, | acumulando ilusões, | ||
que sonhava para si | que sonhava para si | ||
um destino diferente; | um destino diferente; | ||
o homem sisudo com cinto puído | o homem sisudo com cinto puído | ||
ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas. | ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas. | ||
Nascido no interior que virou capital, | |||
Nascido no interior que virou capital, agora ele vive | agora ele vive em uma metrópole provinciana; | ||
crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília, | crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília, | ||
conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões, | conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões, | ||
o assombro da falta de dinheiro | o assombro da falta de dinheiro | ||
e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores. | e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores. | ||
Vendo-se numa encruzilhada da história, | Vendo-se numa encruzilhada da história, | ||
não se reconhece mais nos monumentos da cidade; | não se reconhece mais nos monumentos da cidade; | ||
disfarça bem, mas todos vêem | disfarça bem, mas todos vêem | ||
seu pouco caso em relação ao futuro: | seu pouco caso em relação ao futuro: | ||
se é tudo engano mesmo, | se é tudo engano mesmo, | ||
o que vier virá... | o que vier virá... | ||
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Edição das 12h23min de 3 de abril de 2009
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Lentamente abandonando
as imagens de si mesmo
vê no espelho do banheiro
o reflexo do bancário
rosto vincado, marcado,
não mais daquele rapaz
acumulando ilusões,
que sonhava para si
um destino diferente;
o homem sisudo com cinto puído ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas.
Nascido no interior que virou capital, agora ele vive em uma metrópole provinciana; crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília, conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões, o assombro da falta de dinheiro e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores.
Vendo-se numa encruzilhada da história, não se reconhece mais nos monumentos da cidade; disfarça bem, mas todos vêem seu pouco caso em relação ao futuro: se é tudo engano mesmo, o que vier virá... e será bem vindo.