Carta de Brasília: mudanças entre as edições
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Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados, como se diz dos poetas. Talvez a atividade cerebral diferenciada ,onde a intuição e os processos cognitivos e sensíveis se integram. Somos as antenas da raça e captamos muitas vezes proféticamente os sinais do tempo, o espírito de uma época. Sabemos também que geramos riqueza, incrementamos o turismo, que o investimento nos processos da cultura promovem a educação e a paz entre as sociedades. A Europa não teria a força econômica se não fosse pelo patrimônio artistico e cultural que preserva. | Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados, como se diz dos poetas. Talvez a atividade cerebral diferenciada ,onde a intuição e os processos cognitivos e sensíveis se integram. Somos as antenas da raça e captamos muitas vezes proféticamente os sinais do tempo, o espírito de uma época. Sabemos também que geramos riqueza, incrementamos o turismo, que o investimento nos processos da cultura promovem a educação e a paz entre as sociedades. A Europa não teria a força econômica se não fosse pelo patrimônio artistico e cultural que preserva. | ||
Só aceitamos a inércia para movimentar as palavras e expressar com elas nossa energia. Sabemos que do | Só aceitamos a inércia para movimentar as palavras e expressar com elas nossa energia. Sabemos que do lixo pode nascer a flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança. | ||
Edição das 11h04min de 1 de abril de 2010
Esse texto será sendo escrito pelos artistas de Brasília, reunidos em torno do movimento É possível!.
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<poem> "Brasília propôs um país que ainda não se realizou e está ainda a espera de uma realidade nacional que se aposse dela, que assuma sua serenidade e sua pureza".
Otto Lara Resende
Nós, poetas, músicos, pintores, artistas da grande Brasília, escrevemos esta carta para nos posicionar frente aos últimos acontecimentos envolvendo nossa cidade e noticiados fartamente pela mídia nacional. Queremos celebrar os cinquenta anos de nossa cidade de cabeça erguida e com a alma lavada, dentro deste movimento de luta pela ética, pela cultura e a cidadania.
"Os sonhos não envelhecem"
Brasília é dos sonhadores, dos criadores, dos trabalhadores, dos bons empresários, dos que cuidam dos outros, dos que cuidam da chama da vida. Que vá a lama, que venha o leite e mel do futuro imaginado em pedra, palavra e suor. Brasília nasceu visionária, nasceu aquariana, nasceu solidária. Não há ladrão de gravata que tenha o direito de invadir nossa poética praia. Na festa dos cinqüenta anos da nossa querida Brasília, que saiam de cena os ladrões, os capangas, os parasitas, e entrem, montados no eixão/corpo do pássaro, os que sabem voar em suas asas!!!
Defendemos nossa atuação como artistas que seguram a barra desta cidade, dos que vieram, aqui permaneceram e se comprometeram com o sonho de um país e uma sociedade mais justa e solidária. Lutamos pra construir um imaginário poético e uma identidade cultural, com nossa atuação muitas vezes pioneira, entre pessoas distantes de suas regiões de origem e suas tradições. Com nossas obras humanizamos essas superquadras, esses prédios e monumentos arquitetônicos, vastos espaços muito além do Plano piloto, incluindo as outras cidades e entorno: ponto de convergência de tantos Brasis.
Uma arte não só de Brasília, mas Arte que acontece nesta vasta região, afinal o processo da arte não tem fronteiras e abrange outros contextos que se expandiram com o enorme crescimento do DF. Manifestamos também assim o sentimento que temos por essa região que com nosso trabalho, empenho, bons pensamentos, intuição e criatividade ajudamos a construir.
Viva Lúcio Costa, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Mariana Alvim, Roberto Burle-Marx, Alcides Rocha Miranda, Agostinho da Silva, Wanda Oiticica, Wladimir Murtinho, Athos Bulcão, Sylvia Orthof, Neusa França, Reynaldo Jardim, Cildo Meireles, Ary Para-raios, Maria Coeli, Marlui Miranda, Ana Miranda, Renato Russo, Myrthes Mattos, Paulo Bertran, Vera e TT Catalão, Ezequias Heringer, seu Teodoro, Cassiano Nunes, Wladimir de Carvalho, Ailema e Glênio Bienchetti, o arquiteto Lelé, Zanine Caldas, Rubem Valentim, Marco Antonio Guimarães, Cristininha Bomdemais, Tião da onça, mestre Zezito, Yvonne Jean, Dulcina de Moraes, Norma Lília, Lúcia Toller, Laís Aderne, Golda Pietricovsky, Zezé da Escolinha de Arte, tia Neiva do Vale do Amanhecer, dona Sarah primeira dama e dona Filó parteira, entre tantos que contribuiram e contribuem para o rico processo cultural que se dá aqui...
Como diz o poeta Manoel de Barros, assumimos nossa "disfunção lírica" por termos parafusos trocados, como se diz dos poetas. Talvez a atividade cerebral diferenciada ,onde a intuição e os processos cognitivos e sensíveis se integram. Somos as antenas da raça e captamos muitas vezes proféticamente os sinais do tempo, o espírito de uma época. Sabemos também que geramos riqueza, incrementamos o turismo, que o investimento nos processos da cultura promovem a educação e a paz entre as sociedades. A Europa não teria a força econômica se não fosse pelo patrimônio artistico e cultural que preserva.
Só aceitamos a inércia para movimentar as palavras e expressar com elas nossa energia. Sabemos que do lixo pode nascer a flor, por isso nos orgulhamos de em meio à sujeira da política local fazer soar nosso canto de esperança.