Sexta, 23/02/2007

De Sexta Poética
Revisão de 17h48min de 27 de março de 2009 por Nevinho (discussão | contribs)
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Lentamente abandonando

as imagens de si mesmo

vê no espelho do banheiro

o reflexo do bancário

rosto vincado, marcado,

não mais daquele rapaz

acumulando ilusões,

que sonhava para si

um destino diferente;


o homem sisudo com cinto puído

ocupando o lugar do jovem com roupas coloridas.


Nascido no interior que virou capital, agora ele vive numa metrópole provinciana;

crescido e alimentado na cultura multiforme de Brasília,

conhece o cheiro forte dos currais e o perfume ameno dos salões,

o assombro da falta de dinheiro

e o brilho esperançoso da Bolsa de Valores.


Vendo-se numa encruzilhada da história,

não se reconhece mais nos monumentos da cidade;

disfarça bem, mas todos vêem

seu pouco caso em relação ao futuro:

se é tudo engano mesmo,

o que vier virá...

e será bem vindo.


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