Último Paraíso

De Sexta Poética
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Hoje acordei muito feliz
O sol está a pico, não há sombras
Peguei animado minha velha
Bicicleta vermelha
E decidi um rumo para minha vida
Abandonei todos para trás
Marquei o horizonte como objetivo
E estou indo
Deixando a cidade cinzenta.

As cores estão voltando
Estou seguindo na velocidade da luz
Tudo se distorce
Foge do controle
Deixando de ser homem, virando criança
Estou novamente podendo respirar
Sinto novamente minhas mãos quentes,
Não sou mais uma mentira
Vejo o sol, vejo pessoas vivas
Eu estou vivo (de novo) !

Não se preocupar mais com
Olhar para trás
Sem se preocupar mais com:
Oh, será que alguém está me seguindo
Malfeitor ou pregador
Não sei, talvez um banqueiro ?
Ou alguém para machucar meu coração ?

Oh, me empurrar para o bem ou mal
Os caminhos são tão tortuosos
Emocionante não saber onde ir
Talvez haja muito ódio
Ou quiçá, um pouco de amor
Há o fascinante desconhecido
Uma odisséia homérica
Ou uma vida de tédio ?
Liberdade ?
Escravidão ?
Quem vai saber ?
Quem quer saber ?
Sou eu Senhor do meu Destino
Origem e Fim da minha Epopéia.

Não há chão ou teto
Não há branco ou preto
Há diversas cores novas e estranhas
Onde seguir ?
Onde ninguém irá me seguir ?
Não sou eu mais eu mesmo
Menos barulhos nos meus ouvidos
Quero seguir, quero correr
Sem moral, nu, sem príncipios.

Melhor do que si mesmo
Difícil, cada dia.

Melhor do que si mesmo
Difícil dar o rosto para bater.

Melhor do que si mesmo
Difícil fazer seu Destino.

Melhor do que si mesmo
Difícil deixar de culpar os outros.

Melhor do que si mesmo
Deixar de culpar a si mesmo.

Olhar nos olhos alheios
Sem temor nenhum
Ser melhor do que si mesmo
Deixar de ser e não ser
Tornar-se

Humano, Inumano , Sobre-Humano.


Vou seguir alucinadamente
Em direção à minha Gênese
Para a mãos da minha Nêmese
De braços abertos, peito estufado.

E vou seguindo
Pedalando, pedalando
E continuo sempre
Pedalando.