A Sinfonia do Nosferatu
A rua é tão vazia e escura
Ninguém pode encostar em mim
Tenho uma doença crônica
Não posso mais sair daqui.
Mamãe e papai me expulsaram
Me chamaram de Degenerado
Sabe o motivo ?
Meus gostos são diferentes
Meu jeito é diferente.
Eles realmente nunca me entenderam.
Me chamam de Transgressor
Alguns acham envolvente e sedutor
Meu dia a dia, sem gosto de vida
A língua trava seca no céu da boca.
Os dentes se afiam diante da presa
Miro uma jugular aqui, outra ali
Não faço realmente nenhuma distinção
Entre o masculino e feminino.
Homens e mulheres...
Mulheres e homens ...
Eles, acaso, não são iguais ?
Mulheres masculinas
Homens femininos
Alguém sabe em que momento
Um se torna o outro ?
Sinto frio, estou molhado
Quero apenas calor, sangue rubro
Uma refeição quente
Ver a lua pela janela
De um abrigo confortável.
Quero sentir um corpo ofegante
Entre meus dedos pálidos
Ver
Através dos meus olhos vermelhos
Um corpo desejoso de viver.
Mas eis aqui o Desprezado
Aqueles de quem todos se envergonham
Mas eu que represento a Devassidão
Sou apenas o necessário
Para manter a ordem por aqui
Ninguém realmente se ocupa
Das tarefas ingratas
Sou eu, o Parasita
Que limpa e organiza
Que se enriquece da gordura
Do gado.
Novamente tropeço e sigo,
Os risinhos das garotas passando
Já não me incomodam mais
Ganhei em troca de um amor
Esta doença como prêmio,
E ela agora
Se tornou minha companheira
...
Constante
...
Única
...
Quem a me deu, agora me despreza
Jeitos diferentes
Gostos diferentes
Não cometerei a tolice de jogar outros
No mesmo abismo.