O Último Messias

De Sexta Poética
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Os ponteiros do marcador
Caminham lentos para o infinito
Sons monótonos que persistem
Não há mais o que buscar.

As paredes acolchoadas e estofadas
São minhas contínuas amigas
O branco que as preenche
Não machuca mais meus olhos.

Meus braços imóveis
Enfim já não doem mais.

No abismo da minha alma
Fiz votos diábolicos comigo
Manobra arriscada
Joguei ao vento os deuses estranhos
Assumi minha própria Divindade.

Serei o último Messias ?
A quem salvarei eu ?
Danço entre flores mortas
Estou ao seu lado sempre.

Ousei sonhar um sonho diferente
Libertei-me pela minha vontade
Finalmente olho para os céus limpos
E vejo estrelas visíveis.

Sentimentos mesquinhos
Não podem mais me consumir
Suplantei os limites de mim mesmo
Me limito pela minha própria vontade.

Abri com a violência do meu sofrimento
Os portões dos céus e do inferno
Os vermes devoram meu ventre aberto
Mas a dor não suplanta a Iluminação.

Eu que fui abandonado aqui
Grito, mas não há quem ouça
Sou um homem solitário,
Mas não abandonado
Não há mais pesadelos
Nas rugas da face no espelho.

Não acompanho pessoas
Que não são humanas o suficiente
Para chorar
Pessoas
Que não são humanas o suficiente
Para renunciar aos céus
E deixarem-se nos infernos
Para salvar
Aos que não tem salvação.

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Deste-me o teu coração
Mas vi tanta dor, angústia e solidão
Se estender tuas mãos para mim
Vou lhe dar um motivo para sorrir.

Mesmo que estejas na ponta do abismo
Eu estou sempre contigo
Feche os olhos comigo
E Sonhe...