O amor acaba
<poem>
Contigo APRENDI QUE no amor o sujeito é sempre importante que no amor fica sempre algo não dito, coisas que por mais que digamos e repitamos as palavras parecem vazias e apenas o silêncio é capaz de fazer entender, coisas que para sentí-las aprendi que devem permanecer na penumbra (um mundo onde os significantes e significados esperam um signo que lhes aproprie) coisas que se devem calar diante do abismo em que caímos no momento do gozo e uma sonora gargalhada
ocupa todo o cômodo resumindo nossa sabedoria declarando nossa ignorância
Contigo aprendi que o amor simplesmente acaba acaba acabando-se por acabar-se
O amor acaba, além de por si mesmo, por não ser bem amado _ se não sabemos cuidar dele se esquecemos de um certo tipo de fingimento Se o prendemos e tentamos domá-lo o amor para se salvar acaba Se o definimos e queremos colocá-lo sob regras o amor para se salvar acaba
Se lhe impomos certos sacrifícios obrigações, deveres, falsos poderes, o amor para não acabar acaba.
E deixa em seu lugar nunca o vazio um outro sentimento qualquer a ilusão de estar acompanhado por sabe-se lá o quê capaz de nos fazer pensar que é possível prosseguir e até nos alimenta com o desejo de caminhar em sua estrada crentes de que ela é o "verdadeiro amor".