PAIXÃO AÉREA
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Tu és o sonho
O intangível
O intocável.
Eu sou o cimento e a carne
O concreto e o gesto.
Eu vivo as voltas do relógio
E tu, o imensurável _
Livre da moenda do tempo,
Caçoas da minha agonia
Alojada que estás
em minha imaginação.
Eu sou o óbvio e tu o indecifrado
Eu, carne e gesto, sou o apaixonado
E tu Valéria,
tu és a paixão.
_ Além dos limites de minhas mãos
eu pendurei esse chapéu.