SAPIÊNCIA
<poem> A gente sabe sabe sabe sabe
sabe sabe sabe sabe
Sabe que a vida é pouca sabe que a coisa é louca mas a voz é rouca.
Sabe que a vida marcha sabe que a coisa racha mas a voz é baixa.
No cais da solidão que mata sabe que a vida atraca mas a voz é fraca.
Sabe que a vida puxa pra onde tá solta a bruxa mas a voz é murcha.
Sabe que o tempo é sério sabe que a vida é estéril mas a voz é débil.
Sabe que a vida é cínica sabe que a coisa é crônica mas a voz é afônica.
Sabe que a vida é hábil em tornar o homem flácido mas a voz - tanta habilidade - é frágil.
Sabe que a vida malha no lombo da gente malha mas a voz é falha.
Sabe que a vida escala a montanda que vai dar no nada mas a voz se cala
A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada A gente não sabe de nada