SEM ROSTO NA GROVE STREET
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<poem> "para Z. Apokalypsis"
Não reconheço mais o rosto que me foi caro, aquele, raro, que tão bem conheci. Jaz na noite, negra noite da canção que perdi.
As manhãs que eram eternas morreram nos armários do sobrado. Nunca mais os bondinhos no sobe-desce de alamedos escarpados, acordes partindo caminhos e corações ao meio.
Deixei meu papagaio em Fisherman’s Wharf a pedra azul do destino que cantava os sonhos sem receios, os seios que o amaram do avesso, por inteiro.
A ponte dourada era de fato de ferro de faca defunta desfeita, e os ventos levaram o leito de águas a cantos de outros versos. Em sombras ficaram as sobras daquela face interminada sem restauro, sem recomeço.
Dez.73-Jan.08